Gibraltar (Reino Unido), 07 de Junho de 1918.
Exatamente 38 dias
após a partida do Rio de Janeiro;
finalmente os quatro navios da DNOG
cruzam o Estreito de Gibraltar e
adentram o Mar Mediterrâneo...
E no final de tarde agradável desta sexta-feira, com um
belíssimo pôr-do-sol sob as águas tranqüilas que circundam a península de Gibraltar; os dez pilotos brasileiros
pisam na Europa pela primeira vez em
suas vidas...
Diferentemente do que viram em Dakar, o porto de Gibraltar
era bem cuidado – estruturas metálicas reforçadas; armazéns organizados e
limpos; poucas tavernas e nenhuma prostituta ávida pelo dinheiro dos
marinheiros...
O Almirante Frontín,
acompanhado de um homem sério (vestindo uma farda elegante azul marinho, com
inúmeras medalhas sobre o peito; e apesar de jovem – não aparentando ter mais
do que 40 anos; demonstrava uma arrogância tipicamente britânica); faz um sinal
para que o grupo de aviadores se aproxime:
Num inglês impecável, o Almirante
brasileiro os apresenta:
- Lorde Dalton, estes são os bravos pilotos do Brasil que atenderam ao
apelo do Rei George V e lutarão ao lado da Royal Air Force contra a opressão da
Tríplice Aliança! Garanto-lhe que são leais e extremamente competentes; e a
partir deste momento, serão igualmente leais à Coroa britânica... Senhores,
apresentem-se ao Lorde Dalton!
Lorde Dalton ouve
em silêncio as apresentações dos dez pilotos; olhando-os com desprezo e
visivelmente irritado. Ao final, diz:
- Sejam bem-vindos à Gibraltar... Sou Andrew Dalton, Tenente-Coronel da
Royal Air Force e comandante em exercício da Base Aérea de Gibraltar... Os
senhores receberão treinamento de guerra e passarão a integrar a esquadra do
Capitão McGreen a partir de segunda-feira. Sugiro que aproveitem sua estadia e
aprendam rapidamente como funcionam a estrutura e a rotina de uma base aérea
britânica... Alguma pergunta?
Após as perguntas dos jogadores, os Oficiais indicam os Jeep’s
que os levarão até a base aérea; e seguem em direção aos demais grupos de
militares brasileiros que servirão às tropas britânicas em Gibraltar...
Os Jeep’s têm capacidade para transportar quatro passageiros
e um motorista – que assim como Lorde
Dalton, mostra-se cortês ao responder alguma dúvida (mas com uma arrogância
e prepotência difícil de engolir). Os três veículos seguem lentamente pelas
ruas perfeitamente pavimentadas da pequena cidade de Gibraltar (cerca de 5.000 pessoas viviam neste território
britânico); e logo seguem por uma estrada de terra – em direção à Base Aérea!
São 10 minutos de poeira e solavancos... até chegarem ao
portão duplo, guardado por quatro soldados britânicos (segurando fuzis e usando
máscaras de gás assustadoras)!
Ao norte da “Rocha”;
bem próxima à fronteira com a Espanha;
ficava a Base Aérea de Gibraltar –
composta por uma longa pista de pouso e decolagem; quatro galpões enormes que
funcionavam como hangares; e dois edifícios – um destinado para o alojamento,
refeitório e entretenimento dos soldados; e outro menor, onde havia a sala de
reuniões e estratégias (além dos luxuosos alojamentos dos Oficiais de alta patente).
Tão logo os veículos estacionam, um indivíduo baixinho, bem
gordo, usando uma farda parecida com a do Lorde
Dalton (mas claramente mais apertada e com menos condecorações); de cabelos
e barbas ruivas; se aproxima sorridente:
- Sejam bem-vindos à Gibraltar, brasileiros! Sou o Capitão McGreen e
serei sua “babá” pelos próximos meses! Somos uma unidade pequena, com apenas
trezentos homens – dos quais só cinqüenta sabem voar! Por isso, o reforço de
vocês, protegendo os céus da Europa contra a tirania dos comedores de chucrute
é muito bem vinda! Venham... tragam suas tralhas para o alojamento e descansem
um pouco! Como vocês atrasaram no desembarque, excepcionalmente hoje serviremos
o jantar às 21:00 horas... mas não se acostumem com regalias, hein? Os outros
rapazes estão ansiosos para conhecê-los!
Apesar da calorosa recepção do Capitão McGreen... não havia simpatia ou boa vontade em nenhum
outro rosto dos militares britânicos! Pelo contrário: todos olhavam com
desprezo para os pilotos brasileiros (principalmente para os de pele mais
escura)...
Após o jantar, todos voltaram para o alojamento – composto por
100 beliches espartanos espalhados por um galpão do tamanho de um hangar, com
mais de 300 armários de metal espalhados nas paredes (sendo que cada brasileiro
ganhou a chave de um deles para guardar seus pertences). As luzes se apagaram pontualmente
às 22:00 horas...
Para reacenderem às 05:00 da manhã; despertando-os ao som do
hino britânico; convocando-os para a cerimônia de hasteamento da bandeira do Reino Unido (conduzida por Lorde Dalton e pelo Capitão McGreen).
No sábado, os pilotos e boa parte dos membros da Base Aérea estão de “folga” – e costumam
aproveitar na cidade de Gibraltar ou
nas cidades litorâneas próximas da Espanha
ou do Marrocos (do outro lado do Estreito). Mas McGreen orientou os brasileiros a permanecerem na Base para receberem e testarem seus
aviões...
É hora de voar, rapazes!
Como este primeiro vôo é apenas de teste; a Base Aérea fornecerá apenas METADE do Combustível de Avião (20);
suficiente para um vôo de duas horas – ou seja: dá para chegar (e voltar) de Sevilha (ao norte); Cádiz (à oeste); Málaga (à leste); ou Tanger
(ao sul). E como a Espanha e o Marrocos permanecem “neutros” na Grande Guerra; será um vôo realmente tranqüilo...
só curtindo o vento no rosto e nas asas dos aviões!
Se optarem por voar pela Espanha... nada de anormal acontece!
Porém, se o grupo voar para
o sul e entrar no território marroquino; em determinado momento, peça para o
grupo fazer um teste de PERCEPÇÃO +
PRONTIDÃO (Dificuldade 09). Aqueles
que obtiverem Sucessos verão o que parece ser uma pista de decolagem
improvisada no meio das dunas do Saara. E se testarem INTELIGÊNCIA + MILITARES (Dificuldade 08); perceberão a
proximidade deste local com um casebre com um celeiro enorme às margens de um
oásis...
Como voar:
O piloto deve fazer um teste de DESTREZA + PILOTAGEM (Dificuldade
06) para decolar. Ele deve repetir esse teste a cada hora de voo (ou
seja: após o consumo de 10
unidades de Combustível do Avião).
Já a aterrizagem é um pouco mais complicada (Dificuldade 07). Evidentemente, em situações extremas (como vôos
noturnos, com muito vento, chuva ou neve, o Narrador deve fazer os ajustes de Dificuldade: +1 ou +2)...
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No domingo, ao reencontrarem o Capitão McGreen; os brasileiros poderão alertá-lo sobre a estranha
pista de vôo no deserto marroquino (se a encontraram). Ele pedirá ao grupo
voltar ao local – desta vez acompanhado por 20 aviões britânicos... mas mesmo
encontrando o oásis e o casebre; não haverá nenhum sinal da pista de decolagem!
Isto, obviamente, não ajudará os brasileiros a serem “respeitados”
entre seus colegas – que ainda os consideram “inúteis macacos das florestas
tropicais”...
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